terça-feira, 27 de outubro de 2009

O que funciona na alfabetização?


O que se ensina quando se ensina a ler e escrever?

A plena inserção no mundo da escrita, envolve pelo menos três complexas dimensões que se articulam e que se complementam: uma dimensão lingüística (a conversão da oralidade em escrita); uma dimensão cognitiva (as atividades da mente em interação tanto com o sistema de escrita, no processo de aquisição do código, quanto com o texto em sua integridade, no processo de produção de significado e sentido); uma dimensão sociocultural (a adequação das atividades de leitura e escrita aos diferentes eventos e práticas em que essas atividades são exercidas).

A complexidade do processo gera divergências sobre o qual deve ser o objeto da alfabetização. Há os que consideram que o objeto é o processo lingüístico e cognitivo de aquisição da tecnologia da escrita, domínio dos sistemas alfabético e ortográfico de escrita, e das convenções que governam o uso desses sistemas. Há também os que consideram que, sendo a finalidade da leitura e da escrita a construção de significados e sentidos dos materiais escritos que circulam em práticas socioculturais, o objeto da aprendizagem da língua escrita é, desde o seu primeiro momento, a compreensão, na leitura, e a utilização, na escrita, de numerosos e variados gêneros e portadores de textos, vivenciados em diferentes contextos, visando a diferentes objetivos e diferentes destinatários. Finalmente, há os que, julgando incoveniente e mesmo impossível fragmentar um processo cujos componentes são inter-relacionados e interconectados, consideram que o objeto da alfabetização é a língua escrita em sua inteireza, envolvendo todas as dimensões e todos os seus componentes.

Naturalmente, as divergências quanto ao objeto da alfabetização - o que se ensina a ler e escrever - determinam as divergências quanto aos métodos de alfabetização - como se deve ensinar a ler e a escrever - e, conseqüentemente, divergências quanto aos resultados da alfabetização - o que funciona na alfabetização.

Fonte Magda Soares, Revista Pátio ago/out 2008

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A FÁBULA DA ÁGUIA E DA GALINHA


Esta é uma história que vem de um pequeno país da África Ocidental, Gana, narrada por um educador popular, James Aggrey, nos inícios deste século, quando se davam os embates pela descolonização.
"Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto às galinhas. Cresceu como uma galinha.
Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.
- De fato, disse o homem- É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. É uma galinha como as outras.
- Não, retrucou o naturalista - Ela é e será sempre uma águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
- Não, insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não, tornou a insistir o naturalista. - Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto delas.
O camponês sorriu e voltou a carga:
- Eu havia lhe dito, ela virou galinha!
- Não, respondeu firmemente o naturalista - Ela é águia e possui sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte. Foi quando ela abriu suas potentes asas.
Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e voar cada vez mais para o alto.Voou. E nunca mais retornou."
"Existem pessoas que nos fazem pensar como galinhas.
E ainda até pensamos que somos efetivamente galinhas.
Porém é preciso ser águia.
Abrir as asas e voar.
Voar como as águias.
E jamais se contentar com os grãos que jogam aos pés para ciscar.”
Leonardo Boff

ONDE ENCONTRAR TEMPO PARA LER


"Ninguém jamais tem tempo para ler. A vida é um entrave permanente à leitura.

O tempo para ler é sempre um tempo roubado. (Tanto como o tempo para escrever, aliás, ou o tempo para amar.)

... O tempo para ler, como o tempo para amar, dilata o tempo para viver.

Se tivéssemos que olhar o amor do ponto de vista de nosso tempo disponível, quem se arriscaria? Quem é que tem tempo para se enamorar? E, no entanto, alguém já viu um enamorado que não tenha tempo para amar?

Eu nunca tive tempo para ler, mas nada, jamais, pode me impedir de terminar um romance de que eu gostasse.

A leitura não depende da organização do tempo social, ela é como o amor, uma maneira de ser.

A questão não é de saber se eu tenho tempo para ler ou não ( tempo que, aliás, ninguém me dará), mas se me ofereço ou não à felicidade de ser leitor."

DIREITOS IMPRESCRITÍVEIS DO LEITOR:

1- O direito de não ler.

2- O direito de pular páginas.

3- O direito de não terminar um livro.

4- O direito de reler.

5- O direito de ler qualquer coisa.

6- O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível).

7- O direito de ler em qualquer lugar.

8- O direito de ler uma frase aqui e outra ali.

9- O direito de ler em voz alta.

10- O direito de calar.



" Um livro bem lido é, um passaporte para a fantasia e o despertar de si mesmo."

DANIEL PENNAC em "Como um Romance". Editora Rocco

Atividades da semana


Olá, Cursistas de Alfabetização e Linguagem!
Iniciamos os estudos do Fascículo 3 - A Organização do Tempo Pedagógico e o Planejamentondo Ensino.

Fiquem atentos às propostas de atividades para os próximos encontros:

27 e 28 de outubro - entrega de um portifólio de gêneros textuais com base na tabela de diversidade de gêneros textuais.

03 e 04 de novembro - apresentação de um planejamento de uma aula que vocês considerem bem sucedida.

Caprichem!



Confraternização pela passagem do dia dos professores

No último encontro (20/10) iniciamos os estudos do fascículo 3, mas reservamos um momento para comemorar a passagem do dia dos professores. Foi muito bom! Cada professor cursista recebeu um livro de liteatura infantil.
Parabéns, prefessores!


domingo, 18 de outubro de 2009

Apropriação da Leitura e da Escrita

Após ter o privilégio de ouvir a palestra proferida por Elvira Souza Lima na V Jornada Pedagógica em Mesquita, RJ, encontrei este texto que vale a pena ler e refletir!


"O que o que nós estamos enfrentando hoje no Brasil,? Nós buscamos universalização da escolaridade e buscamos, então, a universalização da leitura e da escrita, num momento muito particular para o desenvolvimento cultural do ser humano.É a primeira vez na história da humanidade que mudanças muito grandes acontecem dentro de uma mesma geração. As mudanças aconteciam antes muito lentamente reunidas de geração em geração. Nós tivemos um desenvolvimento tecnológico muito grande nos últimos 50 anos e esse desenvolvimento modificou, profundamente, as formas de comunicação humana. E a escola é um espaço de comunicação. É um espaço de comunicação entre adultos e crianças, de comunicação entre várias gerações. Desta forma, mudanças são necessárias nas formas de ensinar, porém, isto não significa que precisemos inventar uma pedagogia absolutamente nova, porque vários aspectos dos processos necessários para a aprendizagem não se modificaram. As atividades de estudo necessárias para a apropriação dos conhecimentos escolares não se modificaram. É muito provável que tenhamos que intensificar mais ainda a utilização de algumas delas para atender às especificidades do desenvolvimento da criança de hoje"


Elvira Souza Lima


trecho transcrito de palestra proferida no Ministério da Educação e Cultura
Postado por Elvira Souza Lima
http://elvirasouzalima.blogspot.com/

Turma da noite trabalhando

Esta turma é um espetáculo!


Mesmo depois de uma dupla jornada de trabalho, estão sempre animadas!


Esbanjam senso de humor...



         e um grande interesse em aprender!    
                            


sábado, 17 de outubro de 2009

Jogos como instrumento de avaliação

Algumas cursistas da tarde optaram por utilizar jogos como instrumentos de avaliação de suas turmas.






sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O Professor Está Sempre Errado !!!

(Jô Soares)

É jovem, não tem experiência.


É velho, está superado..


Não tem automóvel, é um pobre coitado.

Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.


Fala em voz alta, vive gritando.


Fala em tom normal, ninguém escuta.

Não falta ao colégio, é um 'caxias'.

Precisa faltar, é um 'turista'.

Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.


Não conversa, é um desligado.


Dá muita matéria, não tem dó do aluno.


Dá pouca matéria, não prepara os alunos.


Brinca com a turma, é metido a engraçado.


Não brinca com a turma, é um chato..


Chama a atenção, é um grosso.


Não chama a atenção, não sabe se impor.


A prova é longa, não dá tempo.


A prova é curta, tira as chances do aluno.


Escreve muito, não explica.


Explica muito, o caderno não tem nada.


Fala corretamente, ninguém entende.


Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.


Exige, é rude.

Elogia, é debochado.


O aluno é reprovado, é perseguição.


O aluno é aprovado, deu 'mole'.


É o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele.


(fonte - Revista do Professor de Matemática, no.36,1998.)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

HOMENAGEM AOS PROFESSORES

A TODOS AQUELES QUE ABRAÇARAM O MAGISTÉRIO POR ACREDITAREM NO PODER TRANSFORMADOR DA EDUCAÇÃO, PARABÉNS!

http://letras com trevo

RecadosOnline - Confira os melhores Recados de Dia do Professor da Internet

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

V Jornada Pedagógica em Mesquita


Nos dia 13, 14 e 16 de outubro de 2009, todos os professores, diretores, orientadores educacionais e supervisores estarão reunidos para dar continuidade a construção da Orientação Curricular da rede municipal de Mesquita. Batizado de “Currículo em Mesquita, uma escrita a muitas mãos”, descreve o espírito do evento.
Cada segmento terá um espaço (uma Unidade Escolar, como relacionado abaixo) específico para discussão que será divulgado pelo site e avisado em ofício para as escolas.
A abertura será com a Prof. Doutora Elvira Souza Lima, dia 13/10, será às 07:30h. no Salão Sonho de Festas - para todos os professores;


Confira a programação:

13 de outubro

•Manhã: Salão Sonho de Festas, às 07:30h: todos os professores.
•Tarde: E. M. Rotariano Arthur Silva, às 13:00h: todos os professores.
•Noite: E. M. Rotariano Arthur Silva, às 18:00h: professores EJA.
14 de outubro

•Manhã - início 07:30h.: E. M. Irena Sendler: professores dos anos iniciais; E. M. Rotariano Arthur Silva: professores da educação infantil; E. M. Ely Baiense Vailante: professores dos anos finais.
•Tarde: - início 13:00h.: E. M. Irena Sendler: professores dos anos iniciais; E. M. Rotariano Arthur Silva: professores da educação infantil; E. M. Ely Baiense Vailante: professores dos anos finais.
•Noite - início 18:00h.: E. M. Rotariano Arthur Silva: professores da EJA.
16 de outubro

•Manhã - início 07:30h.: E. M. Irena Sendler: professores dos anos iniciais; E. M. Rotariano Arthur Silva: professores da educação infantil; E. M. Ely Baiense Vailante: professores dos anos finais.
•Tarde - início 13:00h.: E. M. Irena Sendler: professores dos anos iniciais; E. M. Rotariano Arthur Silva: professores da educação infantil; E. M. Ely Baiense Vailante: professores dos anos finais.

•Noite - início 18:00h.: E. M. Rotariano Arthur Silva: professores da EJA

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Leitura Deleite

Leitura Deleite da semana:

Pedro, filho de um pobre lavrador, recebe de herança um gato e um par de botas. Mesmo triste e decepcionado, o garoto atende a um pedido do gato e lhe entrega as botas, um chapéu e um saco. Você nem imagina o que o gato apronta! Esta é a história do gato mais esperto dos contos de fadas, ainda mais divertida nessa adaptação de Pedro Bandeira!

Jogos como instrumento de avaliação


A cursista da tarde, Cássia Arêas, apostou neste jogo de roleta para realizar o diagnóstico de leitura de alguns de seus alunos.

No jogo, cada aluno faz girar um clip fixado ao centro da roleta por meio de um lápis. Onde o clip parar o aluno identifica a figura e procura entre as cartas expostas na mesa a ficha correspondente. uma vez localizada, o desafio consiste em apontar entre as três palavras propostas a que se refere à figura. Por meio de comparação o aluno tem que apontar a única palavra correta.

Jogos como intrumento de avaliação

Esta atividade realizada pela cursista Tânia, do grupo da tarde, foi muito interessante.
Aproveitando o clima de Olimpíadas no Brasil, ela distribuiu as cartelas aos alunos e propos que escrevessem o maior nº possivel de palavras iniciadas com cada uma das letras da palavra BRASIL, respeitando o tempo estabelecido para a tarefa.




domingo, 4 de outubro de 2009

Memória Figuras e Palavras

Este jogo, confeccionado pela cursista de Alfabetização e Linguagem (2008), Keila Cristina, é excelente como atividade de leitura!
Inicialmente é necessário que os alunos manipulem as cartas livremente, permitindo que mesmo aquelas que não lêem convencionalmente possam utilizar algumas estratégias de leitura para associar as palavras às figuras, até que tenham segurança.
Em seguida, deve ser jogado com as regras de um jogo da memoria.
Cada aluno desvira duas cartas. Se formarem par, ele as recolhe. Caso contrário, as devolve ao mesmo lugar.
Vence quem recolher mais cartas.

Caça-vogais


Este jogo é muito simples e ajuda a consolidar a consciência sonora das vogais. É ideal para Alunos no nível pré-silábico ou silábico iniciando correspondencia sonora.
Materiais:
Você vai precisar, para confeccioná-lo, de tiras de papel cartão ou cartolina. Figuras adequadas à altura das tiras, vogais móveis, pilot, cola e tesoura.
Modo de Confecção:
Cole uma figura na extremidade da tira e faça diviórias suficientes para conter as letras que forma a palavra referente à figura.
Preencha os espaços destinados às consoantes e deixe em branco o espaço das vogais.
Modo de Jogar:
As cartelas de palavras devem ficar voltadas para baixo e as vogais espalhadas sobre a mesa voltadas para cima.
Cada jogador retira uma cartela.
O primeiro Jogador lança o dado e observa a vogal sorteada. Se servir para completar uma das lacunas de sua palavra, pega a vogal móvel e coloca no lugar apropriado em sua cartela. Se não servir, passa a vez para o próximo colega.
Quem completar uma cartela pode pegar outra. Vence quem completar mais cartelas.
Variações:
Deixar as lacunas das consoantes.
Deixar as lacunas das letras iniciais ou finais.
Preencher só as letras iniciais e finais.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Tudo é uma questão de como se avalia...

Esta foi uma das leituras deleite do encontro desta semana.



SEREIA OU BALEIA?


UMA ACADEMIA DE GINÁSTICA CHAMADA RUNNER COLOCOU RECENTEMENTE UM OUTDOOR COM A SEGUINTE FRASE :
"Neste verão, você quer ser sereia ou baleia?"Ao lado, uma linda garota de biquíni.

Uma mulher enviou a sua resposta e distribuiu o seguinte e-mail por aí:"Ontem vi um outdoor da Runner, com a foto de uma moça escultural de biquíni e a frase: "Neste verão, você quer ser sereia ou baleia?" e respondi:

Baleias sempre estão cercadas de amigos.

Baleias têm vida sexual ativa, engravidam e têm filhotinhos fofos.

Baleias amamentam.

Baleias nadam por aí, cortando os mares e conhecendo lugares legais como os icebergs da Antártida e os recifes de coral da Polinésia.

Baleias têm amigos golfinhos.Baleias comem camarão aos montes.

Baleias esguicham água e brincam muito.

Baleias cantam muito bem e têm até CDs gravados.

Baleias são enormes e quase não têm predadores naturais.

Baleias são bem resolvidas, lindas e amadas.

Sereias????

Sereias não existem.

Se existissem viveriam em crise existencial perguntando: - Sou um peixe ou um ser humano? Não têm filhos, pois matam os homens que se encantam com sua beleza... São lindas mas tristes e sempre solitárias...

Runner, querida, prefiro ser baleia!

A academia Runner retirou o outdoor.

Cursista Rosângela Maria atuando como alfabetizadora no Brasil Alfabetizado